E eis que em setembro de 2024, em uma sexta feira 13, somos brindados com um novo disco da banda Difunteria. E olhe que sacada genial da banda: contendo 13 faixas.
A banda, fundada em 2015, já havia produzido o incrível e pesado "Todo Mal" de 2017. Foram 7 anos de espera, mas já adianto que valeu a pena cada segundo.
Juntamente com a banda Sertão Sangrento, o Difunteria é hoje, em minha humilde opinião, o grande expoente da cena horror punk nacional.
Mas vamos deixar de enrolação e ir direto ao disco.
A capa
Vamos começar com uma rápida análise da apresentação visual do novo trabalho.
Trata-se de mais uma grande arte do André Honorato, um ícone do visual horror punk nacional.
Trazendo uma abordagem que faz referência às antigas HQs dos anos 50, 60 e 70 dentro do horror, bem como de pôsters de filmes-B, temos uma capa e um titulo que pode ser interpretado dentro de vários pontos de vista diferentes. Aparentemente temos uma seita religiosa zumbizenta sendo liderada por alguém no mínimo duvidoso. Podemos extender essa análise para um lado mais sobrenatural, ou para um lado realmente religioso, ou ainda para o aspecto político...são muitas camadas de interpretação, algo que vai se refletir muitos nas letras ao longo de todo album.
O disco - Parte Técnica
Todos os aspectos técnicos do album estão primorosos. A qualidade de gravação é incrivel, e isso sem perder a crueza que o punk NECESSITA.
Um das minhas críticas a bandas como Blitzkid e até mesmo o Misfits atual é que eles fazem uma produção tão limpa (especialmente Blitzkid) que acaba deixando totalmente de lado o "punk" do horror punk.
Isso COM CERTEZA não acontece aqui. O punk está em cada power chord tocado, em cada letra cantada com raiva ou força. Isso é bom demais.
As Músicas
O álbum abre com a paulada "Messias/Cain/Carnificina", uma escolha certeira, pesada, direta, com um vocal raivoso e backing vocals muito bem colocados. Temos aqui um resumo do que veremos ao longo de todo o disco: peso, letras que glorificam o horror (no bom sentido), mudanças de andamento muito interessantes e composições sólidas.
Depois dessa vem só sonzeira, em composições com a mesma qualidade da faixa de abertura. Eu citaria "Paletó de Pele Humana" como sendo a mais criativa e diferente, com vocais bem diferentes dos usuais, passagens mais lentas e um clima muito divertido; Essa formula também estará em "Plano B", essa com influências de Heavy Metal e muito groove.
Destaques
Os vocais raivosos e a bateria frenética e cheia de variações e ritmos são com certeza os grandes destaques aqui. Contudo as cordas são competentes e fazem o que tinha que ser feito.
O que falta?
O que falta é a banda vir fazer som aqui em Rio Claro. De resto, nota 10!
2- Possessão
3- Toda Cidade
4- Menino Lobo
5- Paletó de Pele Humana
6- Ciborgue
7- Plano B
8- Do Inferno
9- Violência
10- Livro dos Mortos
11- Missionário da Destruição
12- O Mal está Comigo
13- Início do Fim
Músicos:
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