quarta-feira, 4 de setembro de 2024

Twilight Warrior - Legendary Tales of the Forgotten Lands - Parte 2 (Resenha)

 E temos aqui uma resenha que se parece como qualquer outra que eu já tenha feita, mas só "parece".

Esse disco do projeto Twilight Warror, lançado pelo Selo Iron Forge AI-Records tem uma peculiaridade muito especial: Trata-se de um disco todo feito com IA - Inteligência Artificial.

Logicamente a primeira reação de um artista é renegar e demonizar esse tipo de trabalho sem se dar ao trabalho de sequer ouvir. 

No meu caso especificamente, que já fui inclusive premiado pelo  Bandcamp (o maior site de musica independente do mundo) por conta de minhas gravações 100% artesanais, caseiras e feitas da forma mais "manual" possível, seria esperado que eu agisse dessa forma.

Mas eu ADORO fugir do óbvio.

Então decidi analisar esse disco apenas MUSICALMENTE, e levando apenas fatores composicionais, harmônicos e melódicos em consideração.

Então Vamos lá.

O Estilo

Como o nome do projeto e do disco entregam, se trata de um disco de Power metal que aborda temas de fantasia medieval tanto em suas letras como em sua sonoridade. Um tipo de "RPG METAL".

Como comparação, eu diria que o projeto se assemelha muito as bandas Twilight Force, Rhapsody of Fire e Blind Guardian.

São 20 músicas em quase 80 minutos de álbum.


As Composições


Como eu falei, estou analisando apenas o aspecto harmonico e melódico do trabalho.


POSITIVO

As melodias são incríveis. Algumas são tão boas quanto aquelas presentes em albuns das bandas citadas. Elas são todas épicas e cheias de referências ao imaginário fantástico. Algumas linhas vocais empolgam muito, como na terceira musica, "Keepers of the Seven Seas", talvez a melhor música do disco e tão boa quanto os melhores momentos do Rhapsody.

O instrumental soa perfeito. Todos os instrumentos estão com timbres bem escolhidos e sinceramente? É impossivel distinguir isso de uma execução humana. Se você não souber que se trata de IA, não vai ser analisando o instrumental que você irá descobrir.

Um destaque especial são os coros e os backing vocals. Soam maravilhosamente bem.


NEGATIVO

O principal ponto negativo é que a maioria das músicas possue estruturas repetitivas. Se elas fossem 1 ou 2 minutos mais curtas, estaria ótimo, mas algumas se extendem muito além da conta, tornando a escuta marcante depois de 10 ou 11 músicas.

Outro ponto que merece melhorias são os vocais. Ainda que o coros e os backings sejam ótimos, o vocal principal, ainda que soe extremamente afinado e tenha um timbre muito legal para o estilo escolhido, ainda soa como se tivesse passado por muitas sessões de AutoTune. Isso não necessariamente faz parecer feito por uma IA, uma vez que muitas bandas reais usam auto tune; mas certamente faz com que pareça um pouco aritficial, ainda que eu acredite que só ouvidos mais treinados conseguiriam perceber isso.

As composições são boas. Eu gostei de todas as músicas.


Contudo, ainda falta um tanto para que tenha a mesma consistência e o equilibrio que bandas de grandes músicos apresentam. 


O BALANÇO GERAL

O computo final é positivo. É impressionante saber que uma IA já é capaz de criar algo assim, apenas 3 anos depois que essa tecnologia surgiu para o grande público.

Afirmo com muita convicção que em 4 ou 5 anos será impossível distinguir se uma composição é feita por humanos ou por IA apenas escutando e identificando elementos, mesmo ouvidos treinados e músicos profissionais serão incapazes de dizer com certeza.


Nota: 07/10


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