sexta-feira, 14 de maio de 2021

Calabrese - um bom exemplo a ser seguido

Começo confessando que não curto o som da banda Calabrese. Já tentei ouvir em muitas oportunidades e ocasiões, mas nunca rolou "aquele tchan".


Não acho ruim, jamais. É bem feito, e se analisado do ponto de vista tecnicamente musical, tem muitas qualidades. Mas nunca escutei uma música deles que me desse vontade de voltar e escutar de novo.

Isso, no entanto, não me impede de admirar a banda por outros motivos, que direi abaixo.

Vejam bem, tudo que se segue é a minha percepção; talvez você conheça a banda mais de perto e tenha outras versões dos fatos.

Esse post é para comentar sobre a presença das bandas nas redes sociais. Ao menos, naquelas em que eu acompanho.


Uma banda atenciosa


Duas coisas me chamam muito a atenção sobre a presença da banda nas redes:

1- Eles sempre respondem aos comentários nos posts que eles fazem. 

2- Eles comentam, espontaneamente, nos posts de outras pessoas.


Sei que pode parecer bobeira, mas é um diferencial e algo raríssimo de se ver hoje, em qualquer estilo.

Ja cansei de ver bandas bem menos famosas que o Calabrese ignorando comentários de fãs. 

O mais bacana que eu vejo neles é o fato de que eles interagem com posts de pessoas normais, e não apenas organizadores de festivais, bandas maiores e marcas que possam investir na banda. Eles passam a impressão de que eles estão realmente querendo interagir, e não apenas se promover.

NÃO estou dizendo que o Calabrese seja a ÚNICA banda que faça isso na cena.

vejo outras bandas, inclusive na cena nacional, agindo da mesma forma. Não a maioria.

Escolhi o Calabrese justamente pelo fato de não gostar dos sons dos caras.

Uma banda sempre vai além do som que pratica. Houve uma época em que a identificação passava muito pela estética visual da banda. 

Por exemplo, ainda que o Led Zeppelin tivesse musicas como "Going to California", o som da banda era MUITO mais denso, pesado e distante do que  bandas psicodélicas como Jefferson Airplane; no entanto, o público hiponga da banda era enorme, e muito disso se devia exclusivamente ao visual do Robert Plant.

 Isso lógicamente continua sendo importante, mas o advento das redes sociais também fez com que essa identificação atingisse novos patamares.

Como eu sempre falo, o risco da profissionalização é tornar tudo impessoal, mecânico. Em uma empresa de contabilidade ou em uma fábrica de motores isso seria ótimo, mas no campo das artes não é tão simples assim, não é tão fácil assim.

Dentro do seu gênero, o CALABRESE pode ser considerado um nome grande. Aliás, chego a dizer que talvez a banda esteja no caminho de tornar-se REALMENTE grande.

Enfim, é só isso mesmo.

As vezes acho que o mundo das artes pode fazer a diferença, fugindo das impessoalidades frias e imparciais, e ser próxima e pessoal, mesmo em tempos de pandemia.

Pensei em uma frase do Che Guevara para terminar aqui, mas essa semana já deu a cota de ser chamado de comunista (toda semana, sempre, muitas vezes), e além do mais eu sei que vocês sabem que frase é essa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Horror Punk Magazine 11 - VOLTAMOS DO ALÉM...

 Depois de um longo e tenebroso inverno, eis que o maior fanzine de Horror punk da América Latina retorna! A frequência será mensal pelos pr...