domingo, 11 de julho de 2021

Argyle Goolsby: Queria falar mal, mas...

 Argyle Goolsby é um dos nomes mais importantes e emblemáticos do horror Punk mundial. Vindo do grande Blitzkid, o cara sempre foi sinonimo de qualidade e competência musical.


Eu Juro que queria MUITO encontrar algum defeito nesse disco.

Queria dizer que o som é cristalino demais (e é), que é tudo tão lapidado e complexo que quase deixa o "punk" do horror punk de lado (e isso acontece mesmo), que muitas músicas são muito mais ligadas a outros estilos, que é tudo muito complexo, mas...

Não teve como!

Sério, é praticamente impossível encontrar um defeito nesse disco. Argyle lançou não apenas um disco, mas sim uma aula de produção, execução, composição, não apenas dentro do horror punk, mas do rock em geral. 

Vamos por partes, começando pelos vocais.

Verdade seja dita: o cara sabe cantar. E muito. A capacidade vocal do cara é impressionante. Alem de uma quantidade absurda de timbres diferentes, o homem sabe criar melodias vocais absurdamente cativantes e diferenciadas. E mais que isso, em cada música ele apresenta uma impostação de voz diferente. E tudo dentro de uma afinação ridiculamente precisa.

Os backing vocals então, meu Deus do Céu...mesmo achando que existem mais backing vocals do que as músicas de fato pediam, eles são feitos com tanto cuidado, diversificação e afinação que na verdade eu já começava a escutar cada música curioso para saber como ele faria. 

Em algumas músicas existem backing vocals em cima dos backing vocal, criando verdadeiras harmonias vocais com um grau de complexidade similar a de algumas peças clássicas, e não estou exagerando (sou formado em violão erudito, então posso falar com propriedade).

O instrumental é outra coisa absurda. As músicas são complexas e cheias de passagens diferentes, quebras de ritmo...tudo feito de forma tão orgânica que quase soam simples (QUASE).

Algumas músicas realmente se aproximam de outros estilos, como "Life Without a Soul", que entra de cabeça no metal, ou "The Black Holly", que flerta com o country.

Eu, como amante da tosqueira, queria muito dizer que esse disco não me agradou por ser perfeito demais, cristalino demais, bem em cantado demais.

Mas simplesmente não deu.

É de longe um dos discos mais legais que eu ouvi na vida, e talvez o disco de horror punk mais bem produzido da história do estilo.

Conclusão?

Escuta OBRIGATÓRIA!

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