A maior parte do pessoal que acompanha meu blog é formada por pessoas de fora da cena horror punk, então achei pertinente fazer esse artigo apontando tudo que o horror punk trabalha musicalmente e faz desse estilo uma coisa única.
Esse artigo também vem no intuito de expressar tudo aquilo que realmente me traz para o gênero.
PARA ALÉM DA ATITUDE DE "FODA-SE"
Existe um certo imaginário, até certo ponto reforçado pela galera do rock, que o gênero se associa a um certo "way of life" ou postura. Algumas partes dessa postura eu realmente gosto muito, como a rebeldia, um certo senso revolucionário, uma atitude crítica frente á sociedade. Essas coisas me atraem muito para o rock, o punk, o horror punk e o metal.
No entanto, algumas coisas TB associadas ao público roqueiro me são totalmente indiferentes, como cerveja (não bebo nada alcoólico há mais de 10 anos), churrasco (que acho um porre total), aglomerações (em parte por conta do autismo,em partes por achar chato mesmo)...
Mas se tem uma coisa que realmente me trouxe para o horror punk, foram os aspectos musicais.
Por mais simples e direto que seja o estilo, tem muita coisa acontecendo em uma música de horror punk, e vou postar aqui algumas delas que eu considero bacanas.
1- MIX DE MUITOS ESTILOS
Como o próprio nome diz, tem muito de punk. Mas o som vai muito além disso. O horror punk possui a qualidade de conseguir passear por qualquer gênero. Muitas bandas colocam muitos elementos de ROCKABILLY (como o Braindead em seu primeiro disco), outras muita coisa de death ou trash (como o Dead Live), muitas partem para um lance mais hardcore, enquanto outras acrescentam elementos de folk rock, blues...e muito mais.
E tem bandas que fazem tudo isso, as vezes dentro da mesma música!
Isso gera uma cena muito variada, especialmente no Brasil. Lá fora, de maneira geral, as bandas ainda se prendem a mais "padrões", ao passo que a cena nacional é extremamente variada com bandas de influências muito diversas entre si.
2- MINIMALISMO
A maior parte das composições horror punk são curtas. É difícil encontrar músicas de horror punk que passem dos 4 minutos de duração.
Isso acaba fazendo com que as bandas procurem criar estruturas mais diretas, que sejam capazes de transmitir a mensagem/ideia de forma clara. Isso é muito interessante, especialmente no rock onde muitos sub-gêneros trazem músicas longas e cheia de elementos, e que parecem trabalhar no sentido oposto.
As duas abordagens são válidas, e é muito bom ver um gênero apostando nesse minimalismo musical como proposta, certamente uma característica do punk que o horror manteve intacta.
3- MELODIAS
Não é uma prerrogativa de TODAS as bandas, mas podemos dizer sim que uma boa parte dos grupos gostam de criar melodias vocais marcantes e até certo ponto grudentas.
Criar melodias vocais é sempre um desafio, e ver que o horror punk possui centenas e centenas de músicas com linhas vocais muito bem construídas e marcantes com certeza foi algo que sempre admirei no gênero.
4- REFERÊNCIAS
Eu adoro a quantidade gigante de referências a livros, filmes, seriados e acontecimentos reais que podemos encontrar nas letras de horror punk. É possível conhecer muito da cultura pop de horror apenas prestando atenção às letras das bandas.
Lá fora,uma coisa que eu acho muito legal é a vibe de colocar trechos de áudio de filmes clássicos em aberturas de discos e/ou músicas. Muitas bandas fazem isso (não faço ideia como fica a questão de direitos legais, mas enfim), e tentar descobrir o filme é tipo um hobby para mim.