domingo, 18 de fevereiro de 2024

Resenha: Within Temptation – Enter

A banda holandesa Within Temptation se tornou uma das bandas de rock mais bem sucedidas das últimas décadas apostando em uma inusitada mistura de música pop e metal sinfônico, com algumas influências de música eletrônica.

No entanto, o que nem todos sabem é  que no início a banda fazia um som bem diferente daquele que o consagrou, como podemos constatar no debut “Enter”, de 1997.

Enter aposta num gothic metal sinfônico extremamente melancólico,  pesado onde – acreditem – a presença de vocais guturais se faz presente, alternando com a maravilhosa e adocicada voz da cantora Sharon Den Adel.

Nesse álbum de estreia há de se destacar que o vocal de Sharon trazia muitas influencias operísticas,  que se reduziram drasticamente a partir do (fantástico) disco seguinte, “Mother Earth” e que desapareceriam totalmente a partir do "Silent Force".

Este disco bebe direto na fonte do metal gótico que imperava na segunda metade da década de 90, remetendo ao som de bandas como Tristania, Lacuna Coil e The Gathering, além de fortes influênciaa de doom metal. Contudo, a maior influência aqui com certeza são os primeiros discos do Theatre of Tragedy, principalmente pelos teclados e pelas linhas vocais femininas, que muitas vezes parecem terem sido compostas pela Liv Kristine.

Mas verdade seja dita: quando o assunto  é técnica vocal, afinação e controle da voz, a Sharon sempre esteve anos luz a frente de todas as outras grandes cantoras do estilo.

O Álbum apresentava, ao menos em seu lançamento original, 8 musicas.  Em linhas gerais,  as músicas são mais longas do que se tornaria  comum em outros álbuns, com passagens instrumentais arrastadas e longas.  As letras também são bem diferentes do que aquelas que seriam abordadas no futuro. Enquanto atualmente a banda escreve sobre fantasia, relacionamentos e natureza, aqui temos temas sombrios como vampiros, Fantasmas e escuridão.

Destaques

“Restless” abre o disco de forma contemplativa,  com Sharon mostrando logo de cara porque seria no futuro considerada uma das melhores vocalistas da história do metal.

“Enter” é uma música pesada e ao mesmo tempo atmosférica,  com vocais guturais marcantes e linhas de teclado e guitarra que parecem terem saído diretamente do disco “Velvet darkness they fear “ do Theatre of Tragedy.

“Pearls of Light" traz de novo o foco para Sharon, seguida de “Deep Within”, uma paulada em que o vocal gutural é  o destaque.

O Álbum segue com muita competência, encerrando de forma digna com a incrível “Candles”.

Esse  é de longe meu disco favorito do Within Temptation, e entra fácil no meu top 7 de melhores discos de Symphonic Gothic Metal de todos os tempos.

A maioria dos fãs deste disco costumam reclamar do direcionamento que a banda tomou e da mudança radical de estilo. Mas esse não é o meu caso.

Acho que apesar das mudanças o Within Temptation continua até hoje entregando discos de altíssima qualidade.

O fato da banda ser talvez a única banda do cenário gótico dos anos 90 a até hoje ser relevante e ter uma agenda completamente lotada de shows mostra que, ao menos comercialmente,  a banda tomou decisões lógicas e acertadas.

Enfim, e para quem só conhece o Within Temptation de suas músicas leves e pops, recomendo muito escutar esse disco. Tenho certeza que a surpresa será grande e positiva.

Nota:9/10

Creditos:

Within Temptation

Additional musicians

  • George Oosthoek – vocals on "Deep Within"
  • Lex Vogelaar – guitars on "Pearls of Light"
  • Guus Eikens – synthesizers/sound advice

 

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